Expectativa de vida no país subiu de 74,1 para 74,6 anos. Como deve receber benefício do INSS por mais tempo, aposentado terá que contribuir mais.
A expectativa de vida dos brasileiros aumentou, em média, cinco meses. E esse número mexe com o cálculo das aposentadorias.
Degenaldo começou a trabalhar cedo, aos 17 anos. Aposentadoria por idade, pra ele, só em 2031, aos 65 anos. Mas ele quer se aposentar bem antes, aos 52, pelo tempo de contribuição. E pela nova tabela do INSS, se não quiser receber desconto na aposentadoria, terá que trabalhar um pouquinho mais e contribuir por mais 4 meses e 9 dias.
“Eu acho um absurdo. Você fica esperando esse tempo todo, você vai só se distanciando da sua aposentadoria”, reclama o supervisor Degenaldo Dias.
O motivo da mudança é que o brasileiro está vivendo mais. De acordo com o IBGE, de 2011 para 2012, a expectativa de vida subiu de 74,1 para 74,6 anos. Como, teoricamente, o aposentado vai receber o benefício por mais tempo, nas contas do INSS, ele tem que contribuir mais.
A expectativa de vida, a idade do beneficiário e o tempo em que ele contribuiu para o INSS compõem o chamado fator previdenciário. O mecanismo é utilizado para definir a aposentadoria por tempo de contribuição.
Na prática, o que o INSS quer é desestimular os trabalhadores a se aposentar muito cedo, fazer com que ele contribua por mais tempo para ter direito a um benefício maior.
Exemplo: um homem de 60 anos de idade e 35 de contribuição – que se aposentou na última sexta-feira (29) com benefício de R$ 873 – se fizesse isso agora receberia R$ 858. Para garantir os R$ 873, teria que contribuir por mais 5 meses e 23 dias.
O Ministério da Previdência explica que a atualização das tabelas é determinada por lei. E serve para evitar o caos no sistema.
“O fator previdenciário leva a uma economia grande da Previdência. O ideal para nós era que os trabalhadores se aposentassem mais tarde. Quanto mais tarde ele se aposentar, maior será o benefício dele”, explica o secretário de Políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim.
Ainda segundo o Ministério da Previdência, a data que conta para o novo cálculo é a do agendamento do serviço. Então quem agendou até sexta-feira (29) ainda vai receber o benefício anterior: que é um pouco maior.
Fonte: Bom Dia Brasil
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