Em convenção nacional, PT oficializa Dilma para disputar a reeleição

Foto:Editada
O Partido dos Trabalhadores (PT) tornou oficial neste sábado (21) a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. O nome de Dilma foi confirmado durante convenção nacional do partido, realizada em Brasília.

O presidente do PT, Rui Falcão, anunciou a oficialização da candidatura de Dilma logo no início do evento. Também foi confirmada a candidatura à reeleição do vice-presidente, Michel Temer.

 Dilma discursa após ser oficializada candidata do PT à Presidência na eleição de 2014 (Foto: Natalia Godoy / G1)

Dilma subiu ao palanque acompanhada do seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ministros e lideranças petistas estiveram no evento. Pré-candidatos nas eleições de outubro subiram ao palco, como o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (candidato em São Paulo); o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (reeleição); a ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann (Paraná); o ex-ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (Minas Gerais) e o senador Lindbergh Farias (Rio de Janeiro).

Convidado como dirigente de partido aliado, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi vaiado pela plateia de petistas – a segunda vez em um evento do gênero. Em 2012, durante festa de aniversário do PT, o ex-prefeito também foi vaiado em Brasília. Outros dirigentes de partidos que comporão a aliança nacional de Dilma compareceram, como Renato Rabelo (PcdoB), Ciro Nogueira (PP), Valdir Raupp (PMDB), Eurípedes Gomes (PROS) e Manoel Dias (PDT).

O PT deverá contar com apoio de ao menos sete partidos no plano nacional: PCdoB, PDT, PP, PROS, PR, PSD e PRB (o PR fará convenção neste sábado para oficializar o apoio).

Também neste sábado, o PTB, que até então se posicionava como aliado na campanha de Dilma, anunciou que vai apoiar Aécio Neves na corrida presidencial.

Antes de Dilma discursar, os delegados do PT encarregados de analisar a proposta de candidatura da presidente para mais um mandato fizeram uma votação simbólica. Os petistas ergueram suas credenciais para chancelar a tentativa de reeleição.

Balanço das ações do governo
Em seu discurso no evento, Dilma citou as ações dos governos petistas na área social, na economia e na política. Ela afirmou que as pessoas querem que a mudança no país continue "pelas mãos daqueles que já mostraram que têm capacidade".

"O Brasil, temos certeza, tenho consciência disso, o Brasil quer seguir mudando pelas mãos daqueles que já provaram que têm capacidade de transformar profundamente o país e melhorar a vida do nosso povo. Nós tivemos a competência de implantar o mais amplo e vigoroso processo de mudança do país, que pela primeira vez colocou o povo como protagonista", disse a presidente.

"Eu preciso, sim, de mais quatro anos para poder completar uma obra à altura dos sonhos do Brasil. Para fazer isso, eu preciso do apoio dos brasileios, especialmente desta grande militância. Precisamos ir às ruas, contar o que fizemos e o que podemos fazer."

A presidente disse também que agora é uma governante mais madura do que quando se elegeu. "Quero dizer que todos nós melhoramos. Eu considero que hoje sou uma governante mais madura, e eles que não se enganem, uma governante capaz de enfrentar todas as dificuldades e todos os desafios. Estou pronta para ouvir e compor novas ideias", afirmou.


Dilma também fez referência a um mote petista sobre a eleição de 2002, segundo o qual "a esperança venceu o medo", e disse que, nesta eleição de 2014, "a verdade deve vencer a mentira, a desinformação".
"Quero falar sobre as grande mudanças que vamos enfrentar. Aliás, não paramos de enfrentar desde o dia em que tomei posse. Se no início a esperança venceu o medo, nesta eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação. A verdade deve vencer a mentira e a desinformação”, completou Dilma.

A presidente ainda afirmou que assumiu em um momento de crise financeira internacional e que o governo dela soube fazer o Brasil resistir aos efeitos da turbulência. 

"Quando assumi o governo, o mundo era um, pouco tempo depois, o mundo era outro. A verdade é que a crise econômica financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das economias mais desenvolvidas do mundo, mas boa parte também do sistema político ao aumentar o desemprego, ao abolir direitos, ao semear nesses países uma imensa desesperança. Aqui no Brasil, porém, dessa vez, o nosso país não se rendeu, não se abateu nem se ajoelhou como fazia diante de todas as crises do passado", disse a presidente.

"E sempre que as dificuldades aumentavam e o governo recebia pressões, eu repetia: 'eu não fui eleita para trair a confiança do meu povo, para arrochar os salários do trabalhador.

Essa não é a minha receita, não fui eleita para vender o patrimônio público como fizeram no passado, para mendigar dinheiro para o FMI, porque não preciso colocar de novo o país de joelho como fizeram. Fui eleita, sim, para governar de pé e com a cabeça erguida' ", completou Dilma.

A presidente também falou sobre a inflação, ponto que vem sendo usado pelos candidatos oposicionistas para criticar a gestão petista.

"Foi também o período [governos petistas] mais longo de inflação baixa na história brasileira. A gente não pode esquecer isso, no nosso período, a inflação esteve nos menores níveis compráveis com os outros períodos", disse.

Dilma voltou a defender um plebiscito para a reforma política, proposta que ela tinha apresentado após as manifestações de rua de junho de 2013.

"Essa reforma [política] é fundamental para a melhora e a qualidade da política e da gestão pública. A transformação social promovida pelos nossos governos criou as bases para uma grande transformação democrática e política no Brasil. Nossa missão é dar vida a essa transformação, sem interromper a marcha da transofrmação social em curso. Eu não vejo nenhum caminho para a reforma política que não passe pela participação popular e que não desague num grande plebiscito", afirmou a presidente.

A presidente também fez referências aos xingamentos que sofreu na abertura da Copa do Mundo na Arena Corinthians. Dilma disse que não agride, mas também "não fica de joelhos". Ela lembrou que sofreu agressões físicas no período da ditadura militar.

“Eu nunca fiz política com ódio, mesmo quando tentaram me destruir física e emocionalmente por meio do uso de violência. Eu continuei amando o meu país e nunca guardei ódio de ninguém […] Quero dizer a voces que não tenho rancor de ninguém. Também não vou baixar a cabeça. Não insulto, mas tambem não me dobro […] Não agrido mas tambem não fico de joelhos para ninguém", disse.

 Fonte: G1
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