Discurso da deputada Andréa Murad 2 04/08/2015 |
Na tribuna nesta terça-feira (4) a deputada de oposição, Andrea Murad
(PMDB), cobrou a apuração de denúncias de propinas supostamente pedidas
por assessores do governo Flávio Dino. Ela lembrou o caso de Simone
Limeira (PCdoB), denunciada por liderança indígena em Grajaú por receber
propina para agilizar pagamento de transporte escolar indígena na
região. Segundo documentos e troca de mensagens apresentados por
Uirauchene Soares, Simone recebeu duas parcelas de R$ 4 mil. Logo após
as denúncias, ela pediu exoneração do cargo de Assessor Especial do
governador. Outro caso citado pela parlamentar trata-se de denúncia na
imprensa sobre um assessor da SINFRA que estaria pedindo 20% em propina
para liberar recursos para obras de asfaltamento.
“Isso não seria uma
boa hora para a Secretaria de Transparência agir? Nesses escândalos, a
secretaria nunca age. Ela só serve para ficar perseguindo os inimigos
políticos porque foi para isso que ela foi criada. O mal desse governo é
achar que não deve satisfação para a população, que vai ser enganada
dessa maneira e ser passada pra trás com esse discurso falso de
mudança. Nós temos o dever de cobrar um posicionamento da Secretaria de
Transparência nesses casos porque é o papel da secretaria investigar as
denúncias que fazemos sobre os erros que o Governo anda cometendo”,
discursou.
Em julho, a deputada protocolou ofício na Secretaria de
Transparência e Controle pedindo investigação de 18 casos de
irregularidades levantados por ela. Para a parlamentar, é inadmissível
que uma pasta criada para tal finalidade se esquive dessas obrigações e
concentre apenas esforços para perseguir adversários políticos. Andrea
Murad lamentou o desvio da finalidade e o fator incoerência sobre a
secretaria ser comandada por um dos citados no caso Ópera Prima, acusado
de receber dinheiro público desviado da compra de medicamentos. Ela
defendeu ainda que a pasta deveria ser dirigida por um técnico
capacitado para coordenar um trabalho tão importante quanto o da
transparência e combate a corrupção.
“Não estou dando carta de
condenação para Rodrigo Lago, mas a partir do momento que o secretário
de Transparência é, segundo o relatório final do inquérito da Comissão
de Investigação de Crimes contra o Erário Estadual sobre o caso da
empresa Ópera Prima que envolve o ex-deputado Aderson Lago e seus
filhos, acusado de receber dinheiro em um esquema criminoso é no mínimo
incoerente e vergonhoso. Uma secretaria como esta deveria ser comandada
por um técnico competente, alguém sem paixões políticas, alguém que não
seja envolvido politicamente”, concluiu Andrea.
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