Lutadora de Jiu-Jítsu Monique Bastos |
Da Revista Veja
Ao ter o celular roubado, a lutadora de jiu-jítsu do interior de Maranhão correu atrás do assaltante e o imobilizou no chão com um golpe de luta, (triângulo) mata leão. Até que a polícia chegasse, ela não deixou a multidão atacar o rapaz.
Qual é a sensação de bater num bandido que fez mal a você?
De dever cumprido. Minha reação foi
motivada pela indignação. Foi a segunda vez que me assaltaram e que
reagi. Da primeira, também tive o celular levado. Corri atrás de dois
moleques e arranquei o aparelho da mão de um deles.
O que acha de quem é contra o ato de fazer justiça com as próprias mãos?
Acho correto. Não se deve pagar da mesma
forma. Agi pelo instinto de defesa, mas esperei a polícia. O rapaz era
mais magro que você e não estava armado. Se a situação não fosse essa,
partiria para o ataque do mesmo jeito? Não.
Como conseguiu pegá-lo?
Derrubei a moto em que eles estavam;
eram dois. Um conseguiu fugir, mas agarrei o que estava pilotando. Levei
o sujeito para a calçada e o imobilizei com um estrangulamento. Depois,
eu o derrubei no chão e apliquei um golpe do jiu-jítsu, o triângulo
invertido, que é quando o lutador joga as pernas por cima do pescoço do
oponente, trava o braço esquerdo dele e pressiona com as pernas até
quebrar o braço do cara ou causar um desmaio.
Você estapeou o rosto dele várias vezes. Acha que se excedeu?
Só fiz isso porque ele estava rasgando minhas coxas com as unhas. Avisei que, se ele não parasse, eu o apagaria.
Por que não deixou a turba agredi-lo?
Quando vi aquelas pessoas xingando,
tentando chutá-lo e até com facão na mão, fiquei com o coração mole
para o lado do meliante.
Teve dó?
Não sou boa bisca; sempre bati nos
moleques folgados da escola. Mas não foi uma questão de ter dó: aquela
situação só a polícia poderia resolver. O que fiz foi segurá-lo por
vinte minutos. Chamou Jesus, a mãe, o pai e até a polícia.
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