Pais reclamam baixo abastecimento do leite especial por parte do Governo. Secretaria de Saúde diz que processo de compra já está sendo finalizado..
Um grupo de pais de crianças que sofrem de alergia alimentar foi na
manhã desta quinta-feira (17), à sede da Promotoria da Infância, em São Luís, para reclamar do abastecimento irregular do leite especial por parte da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES). No local, eles deram entrada no processo e esperam um parecer sobre a situação.
De acordo com os pais, a distribuição do leite especial não está
atendendo mais as necessidades das crianças diagnosticadas com alergia
alimentar. Algumas até conseguem ingerir outros tipos de comidas, mas
com o complemento fundamental do leite. No entanto, existem outras
crianças que não conseguem se alimentar de outra forma.
Como é o caso do filho do eletromecânico Roberto Guterres. Ele afirma
que teme pela a vida do menino, de apenas dois anos, caso o
abastecimento não seja regularizado. “Meu filho não pode comer nenhuma
proteína animal. Ele se alimenta apenas de legumes e esse leite. Com a
falta na distribuição do alimento especial, estamos com dificuldades
para conseguir recursos, pois o preço de uma lata no nosso caso chega a
R$ 390. Se meu filho comer algo diferente da dieta recomendada ele cria
manchas pelo corpo e coloca sangue pelas fezes. Então sem esse leite não
tem como a criança sobreviver. Em outros casos, que são outros tipos de
leite ainda tem algumas latas sendo distribuídas, mas poucas”,
explicou.
Ainda conforme Guterres, como a criança consome uma lata a cada quatro
dias, a família acaba gastando mais de R$ 1.500 por mês apenas com o
alimento especial. E para que não ficasse comprometida a saúde do filho
ele decidiu se desfazer até do seu veículo. “Meu filho foi diagnosticado
desde os primeiros meses de vida e depois que conseguimos o laudo
médico nunca tínhamos tido esse problema da falta do leite. Só que desde
o começo deste ano encontramos essa dificuldade. Estou comprando latas
em São Paulo para ficar mais barato. É muito caro e é nosso direito e
dever do Estado fornecer esse alimento. Estou três meses sem receber
mais nada. Até vendi meu carro para poder manter meu filho vivo”, disse o
pai.
Drama semelhante também é compartilhado pela a autônoma Janice Santos.
Ela, que é mãe de uma menina de três anos, diz que a sua despesa supera
os três mil reais, já que a alimentação é considerada exclusiva. Como a
filha consome 16 latas por mês ela acaba tendo que desembolsar uma média
de 200 reais. “A alimentação da minha é exclusiva com esse leite. Além
dele, ela só bebe água. Todo outro tipo de alimento que ela ingere,
acaba tendo uma reação grave, pois foi diagnosticada com uma variação
rara dessa alergia. Ela depende muito desse leite e ainda falta. Minha
filha vai comer o quê?”, questionou.
Com receio que a sua filha fique sem se alimentar Janice não mede
esforços. Ela revela que compra e até faz uso de doações em nome da
garota. “Tenho que apelar para doações. Já chegou leite até de São Paulo
do próprio médico que faz o tratamento da minha filha. Se eu não correr
atrás até resolver esse problema, ela vai morrer. Se não for de fome,
vai ser de reação alérgica a qualquer outra forma de alimentação”,
concluiu.
Alergia alimentar
A pessoa costuma ser diagnosticada com alergia desde os primeiros meses de vida, pois o leite materno também causa reação nas crianças. À medida que vão crescendo, algumas conseguem se curar dessa doença, que atinge o sistema imunológico, mas há casos de pessoas que sofrem pelo resto da vida. A alergia alimentar causa reações mais graves do que a intolerância alimentar, mas ambas tem sintomas semelhantes, por isso a necessidade de um diagnóstico o mais breve possível para tomar as medidas necessárias e evitar agravar o quadro de saúde do indivíduo.
A pessoa costuma ser diagnosticada com alergia desde os primeiros meses de vida, pois o leite materno também causa reação nas crianças. À medida que vão crescendo, algumas conseguem se curar dessa doença, que atinge o sistema imunológico, mas há casos de pessoas que sofrem pelo resto da vida. A alergia alimentar causa reações mais graves do que a intolerância alimentar, mas ambas tem sintomas semelhantes, por isso a necessidade de um diagnóstico o mais breve possível para tomar as medidas necessárias e evitar agravar o quadro de saúde do indivíduo.
Em nota ao G1, a Secretaria de Estado da Saúde (SES)
informa que já está sendo finalizado o processo de compra das latas de
leite especial. Ainda conforme a nota, a SES esclarece que atualmente
927 crianças estão cadastradas no programa para receber o leite
especial.
Veja a íntegra da nota
“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que já está sendo finalizado o processo de compra das latas de leite especial. O registro de preços ocorrerá no próximo dia 28 e as informações estão disponíveis no site da Comissão Central de Licitação (CCL). Após a finalização da compra, não haverá mais falta de nenhum dos cinco tipos de leites especiais que são disponibilizados pelo Estado. Para suprir emergencialmente a demanda, a SES destaca que até a próxima quarta-feira (23) todas as crianças cadastradas no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Matos receberão o alimento. A SES esclarece que atualmente 927 crianças estão cadastradas no programa para receber o leite especial. A quantidade é determinada por um gastropediatra do Hospital Juvêncio Matos, que cumpre protocolo clínico estipulado pelo Ministério da Saúde. Dependendo da análise clínica do caso, cada criança pode receber até oito latas por mês.
“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que já está sendo finalizado o processo de compra das latas de leite especial. O registro de preços ocorrerá no próximo dia 28 e as informações estão disponíveis no site da Comissão Central de Licitação (CCL). Após a finalização da compra, não haverá mais falta de nenhum dos cinco tipos de leites especiais que são disponibilizados pelo Estado. Para suprir emergencialmente a demanda, a SES destaca que até a próxima quarta-feira (23) todas as crianças cadastradas no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Matos receberão o alimento. A SES esclarece que atualmente 927 crianças estão cadastradas no programa para receber o leite especial. A quantidade é determinada por um gastropediatra do Hospital Juvêncio Matos, que cumpre protocolo clínico estipulado pelo Ministério da Saúde. Dependendo da análise clínica do caso, cada criança pode receber até oito latas por mês.
A SES informa ainda que, até este momento, não foi notificada pelo Ministério Público”.
Fonte: G1/Maranhão
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