Por Ricardo Murad - Uma coisa é constatarmos que Temer tem praticamente a rejeição de
Dilma, e isso é lógico, foi eleito com ela, é seu vice, participou do
governo, mesmo sem nenhuma autoridade, mas daí a presidente e o PT
alcunha-lo de conspirador tem uma distância muito grande.
O PT diz que não é legítimo o impeachment, que uma presidente eleita com 54 milhões de votos não pode ser impedida e seu vice assumir porque isso seria um golpe. Ora, essa estória de golpe é retórica, e todos sabemos que Temer pode sim assumir se o Senado votar pela continuidade do processo de seu impedimento. E, assumindo, terá de convencer o povo que pode fazer aquilo que Dilma não fez e mostrar isso rapidamente.
Se não demonstrar que tem condições de tirar o país da crise econômica que já fez mais de 10 milhões de desempregados, já fechou milhares de empresas - só o que se vê no país são placas de "aluga-se ou vende-se" - fruto da destruição do setor produtivo, Temer pode naufragar antes mesmo do Senado julgar definitivamente a presidente Dilma.
Também não se pode deixar de comentar que se Dilma teve 54 milhões de votos, seu opositor, Aécio Neves, teve 51 milhões contrários à ela, e a presidente e o PT não reconhecerem que dentro desses 54 milhões tem uma parte substancial dados pelo PMDB, o maior partido político do Brasil, não vai convencer ninguém, além de ser uma grande injustiça.
Fato é fato. E o fato é que Dilma cavou sua própria sepultura e terá que arcar com essa consequência. Não há mais governo Dilma e são poucos nesse país que aceitam um governo liderado pelo PT. O modelo esgotou e aí está o desafio de Temer. Ou muda e se consolida ou cai, assim como Dilma.
Fonte: Facebook Ricardo Murad
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