Polêmica: Quem devem tatuar profissionais da área ou médico?

Foto: Arquivo

Projeto de lei determina que apenas médicos podem fazer tatuagens.

Tatuadores e amantes da arte na pele estão perdendo o sono com um projeto de lei declarado aceito para votação no Senado. Trata-se do PLS 350/2014, o Ato Médico, de autoria da Senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), que prevê que apenas médicos sejam aptos a fazer qualquer “invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos”, e a “invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos”.

Na forma como está o texto, significaria na prática que somente formados em medicina poderiam tatuar, como acontece em países como a Coreia do Sul, onde os estúdios de tatuagem são ilegais.

Para o consultor legislativo Sebastião Moreira, responsável pela mediação dos debates que resultaram na formulação do projeto, ouvido pelo blog Tattoo, do jornal O Globo, há problemas na construção do texto, mas ele ressalta que os artistas não devem se preocupar. “Toda a delimitação do PL foi pensada nos profissionais da saúde, e não nos tatuadores, que são artistas. No entanto, não haverá problemas com as tatuagens. Essa lei vai demandar que mantenha os tatuadores de fora”, explicou ao blog.

Segundo Moreira, os tatuadores devem ser inseridos no projeto com caráter de exceção. “A solução mais interessante seria um inciso livrando os tatuadores das regulações. O texto ainda vai ser votado, essa é a hora de cada um apontar as mudanças necessárias”, afirmou.

Diante da possibilidade de aprovação do projeto, contudo, internautas têm se manifestado na rede no portal E-cidadania, do Senado, que permite maior interação entre a Casa e a sociedade. Quase 106 mil pessoas votaram contra a aprovação do projeto, enquanto mais de 75 mil se mostraram a favor.

O projeto estabelece outras atividades exclusivas a médicos, para evitar que elas sejam realizadas por profissionais sem a qualificação necessária. “Alguns profissionais passaram a se aventurar em atividades que exigiam formação médica, porém sem a qualificação necessária. Além de colocar em risco a vida e a saúde dos pacientes, a ausência de definição legal sobre as competências privativas do médico possibilitava que esse profissional transferisse a terceiros suas responsabilidades”, diz o texto do projeto.

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