Ministério Público e Sindicatos entram na Justiça para garantir pagamento de 60% do FUNDEF para professores

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Imagem Meramente Ilustrativa / Foto: Reprodução

Em defesa do direito dos trabalhadores, os Sindicatos e vários Ministérios Públicos deram entrada em várias ações judiciais para garantir o pagamento de 60% do antigo FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (com vigência entre 1997, 2006, 2012) – aos profissionais da Educação.

Esse recurso faz parte de uma remessa devida pela União, a título de complementação do valor-aluno, aos Estados e Municípios.

Após uma longa batalha nos tribunais, o Governo Federal está sendo obrigado a pagar essa dívida junto aos professores do Magistério.

Os municípios cearenses cujos pagamentos estão previstos para ainda em 2017, e nos quais foram ajuizadas ações são: Aracati, Eusébio, Fortaleza, Fortim, Icapuí, Itaitinga e Maracanaú.

No entanto, o que seria motivo de comemoração pode se transformar em prejuízo irreparável para o bolso dos professores.

Os Sindicatos obtiveram informações de que muitos municípios não tinham intenção de destinar, total ou parcialmente, 100% dos recursos para a Educação e, deste total, 60% para pagamento dos professores, como garante a lei, pois iriam empregar em outros setores.

Para assegurar esse pagamento, os Sindicatos e os Ministérios Públicos – na qualidade de representante legal dos professores e servidores públicos lotados nas Secretarias de Educação dos Estados e dos Municípios – constituiu uma banca especial de advogados para ingressar, de forma cautelar, na Justiça. O objetivo é impedir que as prefeituras desviem a parcela referente ao pagamento dos professores para outras finalidades.

Os recursos do FUNDEF e FUNDEB devem ser destinados à Educação, garantindo as frações legais, destacando-se aquilo que é de direito dos professores, ou seja, 60%.

Tão logo a Justiça atenda à demanda requerida pelo Sindicatos, isto é, a de assegurar os 60% dos recursos do FUNDEF para o pagamento dos professores, os Sindicatos  comunicará, aos profissionais dos municípios em questão, da referida decisão judicial; isto para que os professores possam receber, individualmente, e diretamente da Justiça, o valor que lhes pertence por direito.

Veja a situação de alguns municípios:

AracatiValor: R$ 41 milhões.
A Justiça autorizou bloqueio do uso dos recursos após ação do Sindicado dos Servidores Municipais com apoio do Sindicato APEOC.
A Prefeitura mandou para a Câmara Projeto de Lei N° 167/2015  que autorizava o município a utilizar esses recursos em outras despesas, inclusive estranhas à Educação. O Legislativo reprovou a mensagem após pressão dos trabalhadores.

FortalezaValor: R$ 280 milhões
O recurso já está nos cofres do município e a Prefeitura não confirmou o destino da verba. A ação do Sindicato APEOC, para garantir 100% do investimento para pagamento dos professores, aguarda julgamento.

Fortim:  
Valor: R$ 12.756 mil
O dinheiro já está disponível para o município. Até agora, a Prefeitura não sinalizou como vai ser utilizado o recurso. A Câmara Municipal entrou em recesso no dia 18 de dezembro e não apreciou nenhum projeto de lei referente ao assunto. O Sindicato APEOC já entrou na Justiça solicitando o bloqueio do dinheiro para garantir investimento de 100% para pagamento dos professores.

IcapuíValor: R$ 14.147 milhões
Um acordo entre a Prefeitura  e o Sindicato dos Servidores Municipais destinava apenas 25% do valor total do precatório para a Educação. Desse total, somente 72,65% seriam destinados ao pagamento dos professores. O Sindicato APEOC entrou na Justiça para derrubar o efeito dessa decisão garantindo, assim, o pagamento para os professores.
A Prefeitura sinalizou que pretente usar os recursos para quitar débitos trabalhistas.

ItapajéValor: R$ 29.338 milhões
A Prefeitura aprovou na Câmara Municipal Projeto de Lei n° 026/2015 que autoriza o Executivo a negociar crédito mediante licitação pública. Os recursos provenientes da cessão de direitos sobre o crédito deverão ser consignados como receita no orçamento ou em créditos adicionais. O Sindicato APEOC vai recorrer da decisão na Justiça para garantir investimento no pagamento dos professores.
Com pagamento previsto para dezembro de 2016, a venda de crédito para alguma instituição financeira anteciparia o acesso ao recurso.

MaracanaúValor: R$ 46.711 milhões (valor em 2011)
A 2ª. Vara Federal do Ceará, em novembro de 2015, deferiu pedido de liminar de autoria do Sindicato APEOC e bloqueou o uso dos recursos pela Prefeitura.


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