Zé Buhatem (Comunicador) / Foto: Arquivo da família |
Homenagem
Sobre o meu guerreiro que foi ao encontro do nosso Pai:
Meu
Pai sempre disse que éramos diferentes, mas com o passar dos anos,
descobri que partilhávamos de algumas qualidades e defeitos.
Durante toda a vida discordamos de diversos assuntos. Ele era um
"carcamano" renitente e autoritário e eu uma adolescente que vivia em um
mundo ilusório.
Quando pequena, ele me ensinou a ser solidária com meu próximo, não havia quem o procurasse que não fosse imediatamente atendido.
Ontem, meu pai, ouvi de várias pessoas o quão eram gratas por sua solidariedade.
Quando sai de casa para construir minha família, tive a certeza que no senhor, meu pai, estavam minha força e segurança, não poderia perdê-lo.
Aos poucos, o pai autoritário dava lugar a outro, mais carinhoso, mais tolerante, que já se conformava em ouvir e entender minhas opiniões.
A comunicação sempre foi o centro de sua vida. Com a voz sempre firme, impostada e fácil de ser compreendida levou as famílias maranhenses notícias boas e também ruins. Mas, tudo com muita maestria e responsabilidade.
Já mais velho conseguiu construir pontes afetivas com os netos, emocionava-se com um pedido de "benção vô".
Guardo a lembrança da última vez que nos vimos, no dia 18 de junho. no Hospital Regional de Coroatá, pensei, não o verei mais, mas não importava, porque sei que estavas sofrendo muito, preso aquela cama de hospital e aqueles tubos e era muito injusto.
Seus olhos azuis, os mais lindos que já vi, não verei mais, mas, não esquecerei jamais.
Honrarei seu nome até o último dia da minha vida.
Papai, durante o cortejo fúnebre, ouvimos sem cessar um poema cantado por Milton Nascimento e que te dedico agora:
"Pois seja o que vier, venha o que vier qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar...
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar..."
Obrigada por ter me amado tanto!
Até mais, meu grande amor!
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