Ação de terroristas no Quênia já dura mais de 30h; Israel ajuda em resgate


Atentado terrorista no Quênia

22.set.2013 - Militares quenianos tomam posição dentro do shopping Westgate, em Nairóbi, no Quênia, onde um tiroteio deixou dezenas de mortos, na manhã de sábado (22). A ação já dura mais de 24h e a polícia trabalha para libertar reféns. O grupo islâmico Al-Shabab assumiu ontem a autoria do ataque. Eles já haviam ameaçado atacar a capital queniana em 2011, em represália contra o envio de tropas à Somália Nichole Sobecki/AFP
Subiu para ao menos 59 o número de mortos em um ataque a um shopping center em Nairóbi, no Quênia, informou neste domingo (22) o governo do país. O ataque já dura mais de 30h. Segundo a agências internacionais, forças especiais de Israel se juntaram aos esforços para libertar os reféns.
Segundo o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, "entre 10 e 15 terroristas, homens e mulheres, ainda estão no local". Eles mantêm cerca de 30 reféns em seu poder no centro comercial Westgate, frequentado pela elite queniana e pela comunidade internacional em Nairóbi. Calcula-se em 175 o número de feridos.

VEJA A LOCALIZAÇÃO DE NAIRÓBI


O centro comercial é parcialmente propriedade de israelenses. O porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Paul Hirschson, não fez comentários. "Não temos o costume de comentar uma operação conjunta de segurança que pode ou não estar em andamento", disse à AFP.
O grupo islâmico Al-Shabab assumiu ontem a autoria do ataque. Ainda há tiros intermitentes sendo disparados no prédio na manhã deste domingo, e militares quenianos cercam o shopping. 
Entre as vítimas estão cidadãos norte americanos, britânicos e franceses. As autoridades disseram que ainda não têm uma lista completa com os nomes das vítimas e dos possíveis reféns.
Um dos atiradores teria sido ferido e preso e morreu posteriormente por conta de seus ferimentos, segundo afirmaram autoridades locais à BBC. Outros quatro atiradores foram presos.

Saiba mais sobre o grupo islâmico Al-Shabab

  • Grupo responsável pelo ataque ao shopping chegou a controlar boa parte da Somália
Kenyatta fez novo pronunciamento em cadeia nacional neste domingo, e afirmou que "essa não é uma guerra do Quênia, é uma guerra internacional", e que os responsáveis "serão caçados". O presidente disse ter perdido um sobrinho e sua noiva no ataque. 

O ataque

Os atiradores entraram no shopping por volta das 12h (5h de Brasília), atirando granadas e disparando com fuzis automáticos. Centenas de frequentadores do shopping conseguiram fugir do local, mas alguns ficaram presos do lado de dentro.
Arjen Westra, que tomava café no shopping no momento do ataque, disse à BBC ter visto cenas de pânico no local. "Eu podia ouvir o barulho de tiros se movendo na direção da entrada principal do shopping center, então algumas pessoas saíram correndo do café, em pânico, e muitas se jogaram ao chão", disse. 
O ataque ao shopping é o maior no Quênia desde que uma célula da al Qaeda no leste da África bombardeou a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, matando mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula militante atacou um hotel israelense e tentou derrubar jatos israelenses em um ataque coordenado.

Refém consegue fugir


Militantes pediram que muçulmanos deixassem o local antes do ataque


Uma mulher feita refém conseguiu sair do local, neste domingo (22). Imagens de redes de TV do país mostraram o momento em que a mulher conseguiu acesso a uma das portas de saída do prédio, após ter ficado retida no centro de compras. Ela estava consciente e chegou a conversar com jornalistas.
Em entrevista, a sobrevivente relatou que se escondeu debaixo de um carrinho de compras do supermercado que funciona dentro do prédio.
Também hoje, dois soldados quenianos feridos foram retirados do centro comercial Westgate. Ambos os militares estavam conscientes e foram vendados antes de ser levados para um hospital da capital queniana.

'Zona de guerra'

Uma testemunha, que falou à BBC por telefone de dentro do centro comercial, disse que o local parecia "uma zona de guerra".
"Eu e minha mulher havíamos saído do banco do shopping e estávamos sentados em um café quando, de repente, ouvimos tiros sendo disparados do térreo e do primeiro piso", disse Surajit Borkakoty. (Com agências internacionais)
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