Denúncia de assédio abre crise entre comunistas e socialistas no Maranhão

 
A denúncia da juíza Larissa Tupinambá Castro, de assédio sexual supostamente cometido pelo prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves (PSB), e repudiado pela Associação de Magistrados do Maranhão (AMMA), abriu nova crise entre membros do PCdoB e do PSB, dois dos principais partidos de oposição.
 
Larissa Castro é esposa do secretário de Educação de São Luís, Geraldo Castro (PCdoB), que atuou como tesoureiro da campanha de Flávio Dino (PCdoB) na eleição de 2010.
 
O secretário reagiu forte em nota pública ao socialista, a quem classificou de "elemento sem condições morais e psicológicas" para ocupar o cargo de prefeito de um dos municípios mais importantes do estado; e deu clara demonstração de que dificilmente aceitará dividir palanque com Alves em 2014.
 
"A indignação que tomou conta de todos e todas ao tomarem ciência da atitude sórdida, covarde, absurda e injustificável sob qualquer aspecto, expressa bem quanto esse elemento precisa ser processado e responsabilizado pelo seu comportamento criminoso", afirmou o comunista.
 
Geraldo disse estar revoltado com o caso e explicou que agora reúne forças com a sua esposa e família para superar a situação e restaurar a paz em seu lar. "O fato de o criminoso ser prefeito só agrava e torna mais importante o julgamento dessa figura [...] repito sem medo, a justiça será feita", completou.
 
Reação - O duro posicionamento de Geraldo Castro, que é um dos principais homens de confiança de Flávio Dino, indicado por ele para o governo do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC), provocou reação imediata de Ribamar Alves, um dos nomes de maior força do PSB no Maranhão. Alves negou, em nota de esclarecimento, ter cometido crime de assédio sexual e chegou a pôr em dúvida a conduta da esposa de Castro.
 
"Lamento profundamente a conduta imprudente e equivocada da dra. Larissa Tupinambá que, de forma irrefletida, me acusa de assédio sexual, no intuito de dissimular outra situação, não levando em consideração sequer a integridade da sua família, assim como a integridade da minha, razão pela qual me sinto na obrigação de vir a público desmentir o episódio e ao mesmo tempo me desculpar por ter que tratar publicamente de assunto tão impróprio", afirmou.
 
Alves disse sempre ter tratado a juíza com respeito e cordialidade e ameaçou contar a verdade dos fatos, caso ela não esclareça o assunto. "Espero sinceramente que a magistrada Larissa Tupinambá tenha coragem de vir a público para esclarecer este assunto, informando qual a verdadeira razão que a levou a me envolver neste lamentável episódio, que diretamente não me diz respeito, conforme oportunamente poderá ser comprovado por pessoas e documentos, para que eu próprio não seja obrigado a fazê-lo em defesa do meu nome e da minha honra", completou. Alves assegurou que não deixará de se defender, mesmo que tenha de recorrer a ação judicial ou ao Conselho Nacional de Justiça.
 
A denúncia ganhou contornos políticos justamente pelo fato de Castro ser um dos nomes fortes da pré-campanha de Dino ao Governo do Estado. Já havia um estremecimento entre os dois partidos, justamente porque Alves não quer o PSB sob a tutela do comunista. Agora, com relações totalmente cortadas e forte influência política de ambos sob seus partidos políticos, Geraldo Castro e Ribamar Alves deverão trabalhar pelo afastamento das legendas.
 
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