O relatório aprovado diminui de 25 para 21 anos a idade mínima para que um cidadão possa comprar armas.
Deputados aprovaram em uma comissão especial na Câmara, nesta 
terça-feira (27/10), a flexibilização do Estatuto de Desarmamento. O 
relatório aprovado por 19 votos favoráveis e oito contrários, entre 
outros pontos, diminui de 25 para 21 anos a idade mínima para que um 
cidadão possa comprar armas. Pela proposta aprovada, deputados e 
senadores poderão andar armados e pessoas que respondem a inquérito 
policial ou processo criminal poderão ter posse e porte de arma de fogo.
 Ainda é preciso votar os destaques, na próxima terça-feira (3/10) para 
que o texto seja então levado a plenário.
O substitutivo do deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG), um dos 293 
integrantes da Frente Parlamentar da Segurança Pública, estende o porte 
de armas em horário de trabalho a agentes de trânsito e de medidas 
socioeducativas.
De acordo com o texto, "estando a arma registrada, o seu 
proprietário terá o direito de mantê-la e portá-la, quando municiada, 
exclusivamente no interior dos seus domicílios residenciais, de suas 
propriedades rurais e dependências destas e, ainda, de domicílios 
profissionais, ainda que sem o porte correspondente".
Além de estender o porte de arma de fogo a deputados e senadores, o
 texto permite que policiais legislativos da Câmara e do Senado andem 
armados em aviões quando realizando escolta de parlamentares.
Segundo o relatório final, o porte de armas passa a ter validade de
 dez anos, enquanto hoje é preciso renová-lo a cada três anos. O texto 
prevê ainda que o cadastro de armas seja gratuito.
O registro e a autorização do porte de armas, hoje tarefas 
exclusivas da Polícia Federal, passam a ser exercidos também por órgãos 
de Segurança dos Estados e do Distrito Federal, segundo o texto de 
Carvalho.
"Ampliar o acesso às armas vai trazer mais assassinatos e não 
reduzir o número de homicídios no País", criticou o deputado Alessandro 
Molon (Rede-RJ).
Em seu relatório, Laudívio Carvalho diz que a revisão do Estatuto 
do Desarmamento está "restabelecendo o direito universal à posse de 
armas de fogo". O parlamentar foi escolhido pelo presidente da Câmara, 
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Conservador, Cunha tem pautado temas polêmicos 
que agradam às bancadas "BBB" (bala, bíblia e boi), respectivamente as 
bancadas da bala, evangélica e ruralista. Com isso, Cunha garante apoio 
desses grupos suprapartidários. O peemedebista enfrenta uma ação no 
Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar que pode levar à 
cassação de seu mandato.
"A interferência do Estado na esfera privada e na conduta 
individual dos seus cidadãos há de ter limite. Não pode o Estado 
sobrepor-se à autonomia da vontade do cidadão, individual e 
coletivamente, tornando-se o grande tutor. Na verdade, um tirano", diz o
 relatório. "Na relação custo-benefício, que os marginais conhecem muito
 bem, os crimes se tornaram mais intensos e cruéis diante de uma 
sociedade sabidamente desarmada, acoelhada e refém dos delinquentes, que
 passaram a ser protegidos por uma lei que a eles permite tudo, aos 
cidadãos de bem, nada."
"Viva a paz para quem? Uma paz unilateral, na qual a cidadania é 
desarmada para que os bandidos possam agir 'em paz'?", questiona o 
parlamentar. "É como sucessivos governos, incapazes de prover a 
segurança pessoal e patrimonial dos homens de bem, tivessem feito um 
pacto com a criminalidade, em uma estranha e inexplicável associação, 
para tirar dos cidadãos o último recurso para sua defesa pessoal e 
patrimonial, a arma de fogo".
Fonte: O Imparcial 
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