"Não participarei mais de votações de matérias que não são submetidas ao rito previsto no Regimento Interno da Assembleia", disse Andrea Murad

Não participarei mais de votações de matérias que não são submetidas ao rito previsto no Regimento Interno da Assembleia. Votações atropelando o RI, sem discussão, com pareceres verbais em plenário, passando por cima das comissões técnicas, local dos debates e discussões antes do voto em plenário, eu não participarei como forma de protesto.

Não aceitarei ser pega de surpresa por vontade do governo e por isso adotarei essa nova postura de não participar de votações fora do previsto no RI e os outros deputados deveriam fazer o mesmo, pois de outra forma estão jogando no lixo o Regimento no qual deveriam seguir. A votação do próprio orçamento do Estado, sequer, foi publicado no diário oficial e ainda aprovaram antes que as nossas emendas recebessem o parecer da Comissão de Orçamento. Atitude vergonhosa da Assembleia Legislativa do Maranhão e mais vergonhoso ainda são os deputados se submeterem a esse tipo de prática.

O domínio absoluto de Flávio Dino sobre o presidente da Assembleia, a quem respeito e sei que tem tentado ajudar os deputados contra a intransigência do governador - em vão diga-se de passagem - e o seu poder monárquico sobre a vontade dos deputados que o apoiam e que formam uma maioria de mais de dois terços dos deputados, transformaram o Poder Legislativo em mero apêndice do Executivo, tal qual uma secretaria de estado.

Exemplos dessa dependência são claros e de fácil percepção:

- o governador não permite que seus projetos tramitem normalmente conforme previsto no Regimento Interno para evitar o debate e a exposição de suas propostas, que muitas vezes são prejudicais ao nosso povo (como exemplo aumento de impostos etc.);

- os projetos de sua autoria são votados a toque de caixa, com pareceres em plenário e sempre sem respeito aos prazos e às condições necessárias para votação da matéria constante da ordem do dia;

O fato é que quando o interesse é do governador, a maioria e o presidente da Assembleia viram instrumento do desejo dele.

Por fim, o mais clássico exemplo da dominação: a emenda impositiva.

Deputados contra suas próprias prerrogativas. Lamentável!
Fonte: Facebook Andrea Murad
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