Rosa Weber atendeu a pedido formulado por senadores da oposição. Governistas queriam ampliar abrangência da CPI; cabe recurso ao plenário.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber determinou na
noite desta quarta-feira (23) que o Senado instale uma CPI exclusiva
para investigar supostas irregularidades na Petrobras.
Rosa Weber atendeu a pedido de parlamentares da oposição, que queriam ter garantido o direito de uma comissão específica para investigar denúncias sobre a estatal, que incluem a compra de uma refinaria no Texas (EUA), suspeita de superfaturamento, e pagamento de propina a funcionários.
A decisão da ministra é liminar (provisória) e valerá até que o
plenário do Supremo decida sobre o tema. "Defiro em parte a liminar, sem
prejuízo, por óbvio, da definição, no momento oportuno, pelo Plenário
desta Suprema Corte", disse a ministra na decisão.
Governistas também foram ao Supremo.
Eles pretendiam assegurar a instalação de uma CPI ampliada, que
incluísse investigações de obras sob suspeita em estados governados pela
oposição. Mas a ministra rejeitou esse pedido.
Recursos
Os governistas ainda podem recorrer ao plenário do Supremo.
O senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, afirmou ao G1
que pelo menos dois recursos devem ser impetrados – um, pela senadora
Ana Rita (PT-ES) e outro pelo presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), que também é contrário a uma CPI exclusiva da Petrobras.
'Objeto restrito'
Rosa Weber determinou que seja suspensa uma eventual decisão do
plenário do Senado sobre a abrangência da CPI – o presidente da Casa,
Renan Calheiros (PMDB-AL), pretendia esperar uma decisão do Supremo antes de levar o assunto para deliberação do plenário.
Rosa Weber estipulou que a comissão parlamentar de inquérito não terá
"objeto alargado", conforme queriam os governistas, mas sim "objeto
restrito", como pediu a oposição.
A oposição argumentou que uma comissão ampla teria como objetivo tirar o foco das supostas irregularidades na Petrobras.
Na semana passada, Rosa Weber pediu informações ao Senado antes de tomar a decisão. O presidente da Casa, Renan Calheiros, defendia uma CPI ampliada, como queria o governo.
Na interpretação de Calheiros, a instalação de uma CPI é assunto
interno do Congresso que, segundo ele, não está sujeito ao controle do
Judiciário.
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Fonte: G1
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