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| Foto: Reprodução | 
Mesmo com divergências durante o processo de votação, senadores da 
oposição e do governo comemoraram a aprovação ontem (22) do projeto de 
lei do Marco Civil da Internet. A matéria, que gerou muita polêmica e 
precisou de meses para ser votada na Câmara, foi aprovada em votação 
simbólica no plenário do Senado, por unanimidade.
Ao final da votação, a principal observação entre os senadores era que o
 novo marco regulatório dará mais segurança a empresas e cidadãos 
brasileiros no que se refere às suas atividades na rede mundial de 
computadores. “Estamos falando de problemas diários, que a gente coloca o
 Brasil numa condição de dar solução. São pessoas que são expostas, são 
pessoas que muitas vezes são invadidas na sua privacidade, são empresas 
que são fraudadas, são dados que são colocados a todo custo. E o 
projeto, se não é perfeito como muitos disseram, coloca o Brasil no que 
há de moderno neste instante na legislação, inclusive cuidando da 
legislação internacional, cuidando da relação com outros países”, 
declarou o senador Wellington Dias (PT-PI).
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) foi relator ad hoc da 
matéria no plenário (escolhido para ler o relatório de parlamentar que 
não estava presente). Para ele, o fato de o texto ter sido construído em
 diálogo com todos os setores da sociedade, interessados, traz grande 
mérito para o projeto. “O resultado foi um texto maduro, equilibrado e 
inteligente, que balanceia os direitos e obrigações dos usuários”, 
disse.
Classificando a aprovação do novo marco regulatório como um avanço na 
democracia brasileira, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) lembrou que
 o assunto não está encerrado. Ele citou diversos projetos que tramitam 
no Congresso, destinados a regulamentar a utilização de meios 
eletrônicos para diversos fins e que precisam ser aprovados. “Acho que 
temos um avanço. Temos outros instrumentos importantes para avançar, 
como a regulamentação do comércio eletrônico, que está tramitando no 
plenário do Senado. Precisamos aprovar a proposta de emenda à 
Constituição, já aprovada no Senado Federal, que reduz o número de 
assinaturas para os projetos de iniciativa popular e permite que as 
assinaturas possam ser feitas digitalmente, porque são todos 
instrumentos que contribuem para aprofundar a democracia”, enfatizou.
Mesmo criticando o que chamou de “rolo compressor” do governo para 
votar a matéria hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também elogiou a 
aprovação do projeto. Ele reclamou a falta de mais tempo para os 
senadores discutirem o assunto e terem espaço para melhorar ainda mais o
 texto, mas disse que o projeto é uma “vitória para toda a sociedade” e 
não deve ser partidarizado. “O novo marco regulatório é, sem dúvida, um 
avanço, porque mantém a neutralidade da rede, que é uma vitória de toda a
 sociedade”, disse no fim da votação.
O também oposicionista Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) votou a favor da 
matéria, inclusive no momento em que os líderes do governo manobraram 
para permitir que ela fosse votada ainda hoje. Embora outros partidos de
 oposição, como Democratas e PSDB, tenham se posicionado contrários à 
votação do projeto agora, Randolfe votou a favor. “Para que o Brasil 
tenha a sua constituição da internet atendendo aos princípios de 
neutralidade da rede, da liberdade de expressão e da privacidade, o PSOL
 encaminha o voto 'sim'. Em especial para não atender às pressões das 
"teles', e pela mobilização da sociedade civil organizada, o voto do 
PSOL é 'sim' ao requerimento pela inversão de pauta”, ressaltou.
Com a aprovação do projeto sem alterações, em relação ao texto enviado 
pela Câmara dos Deputados, a matéria seguirá direto para sanção da 
presidenta Dilma Rousseff.
Fonte: EBC 

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