Família Murad |
Queria compartilhar com vocês uma mensagem da minha irmã Juliana ao
nosso pai. Só agradecemos a Deus por esse homem maravilhoso que Ele nos
deu como pai. Só temos amor infinito, orgulho e gratidão!
Por Juliana Murad - Para o meu pai que tanto amo e admiro:
Meu pai, durante muitos anos me questionei sobre até que ponto valia a
pena sacrificar a vida pelo trabalho. Talvez muitos não entendam, mas eu
te conheço bem e todos que te conhecem sabem que você respira trabalho.
Quantas vezes já te pedimos, eu, mamãe, Andrea e Tatiana, para fazermos
uma viagem juntos? Para termos ao menos um final de semana que não
falássemos em política? Várias né, pai?! Nosso maior sonho é esse: ter
você ao menos por um dia só para a gente. Porém, eu cresci e aprendi que
quando a gente ama, a gente respeita o outro e o aceita em todas as
suas limitações. Aprendi a te aceitar e amar assim do jeito que você é.
Olhando esse cenário vejo como existem pessoas baixas, cruéis e cegas.
Pessoas que tripudiam em cima da dor dos outros, que querem o mal, que
querem a guerra. Por orgulho, inveja, ou seja lá qual sentimento for,
muitos te acusam e esquecem do trabalho brilhante e arrojado que você
fez na saúde do Estado. Muitos só falam, vivem de discurso, vivem para
enganar e se aproveitar do povo, mas poucos, e me atrevo a dizer que
nenhum tem a sua coragem, tem a sua fome por trabalho, tem o seu
potencial, a sua bravura, o seu destemor e muito menos a sua boa
intenção. Em todos esses anos que vivo ao teu lado, nunca te vi odiar
alguém como hoje vejo muitos te odiarem. Nunca vi você rir ou desejar o
mal a alguém. E o pior é que muitos te pintam como um monstro. Fora os
aproveitadores, que te sugam até onde podem e na hora de mostrar amizade
correm fora, isso sem esquecer que existem aqueles que continuam alí
para nunca deixa-lo crescer. E o mais engraçado é que muitos não te
querem porque você não faz a política suja, medíocre e viciada deles.
Porque ninguém trata a arte de fazer política como você. Talvez as decepções, os mais de trinta anos de vida pública, tenham te desiludido
um pouco, feito de ti uma pessoa mais prática, mais impaciente, mais
impulsiva e mais descrente nas pessoas. Porém, acredito que nem só de
sorriso no rosto vive um homem público. Aliás, talvez esteja na hora das
pessoas pararem de querer ver tanta simpatia nos outros, e procurar por
mais ação. A política é sua vida e sempre o vi levando-a para o caminho
da retidão, do compromisso e do bem ao próximo. Brigas existem, mas no
seu coração logo passam. Você é duro, mas tem um coração tão gentil e
amigo que só quem tem a felicidade de conhecê-lo pode afirmar o que
digo. Nunca me esqueço, e não sei se lembras, de quando fui às pressas
internada em São Paulo por um problema de saúde, você tão preocupado
comigo e encantado com o tratamento que eu estava recebendo dos médicos,
enfermeiros e do próprio hospital, disse: papai um dia vai conseguir
fazer um igual a esse no MA. Você vai ver. E eu te olhei, sem conseguir
falar muito, não pelo meu estado pois já estava me recuperando, mas por
não acreditar no que eu estava ouvindo. Você preocupado e atencioso
comigo, como todos sabem que és, um excelente pai, e mesmo assim
pensando nas suas intermináveis obras e sonhos. E ai está... Você
conseguiu fazer muito mais de um, todos referência no estado, e com o
padrão de qualidade Ricardo Murad. E o mais bonito de tudo isso sabe o
qué é? É que você pensou em fazer para o povo como se estivesse fazendo
para uma filha. Isso sem falar na busca diária pela perfeição e
qualidade, higiene, das macas escolhidas a dedo pensando no conforto do
paciente, do piso e da climatização. Quando você sabia por alguém que
uma UPA estava suja logo ligava impaciente dizendo que não permitia
aquilo, sempre que chegava uma notícia ruim sobre qualquer hospital ou
UPA você era o primeiro a tomar a frente e resolver. Aquilo virou a sua
vida, bem como tudo o que se compromete a fazer se transforma também.
Porque você não sabe ser metade. Para você, ou você faz seu melhor ou
não faz. Eu sempre soube quem você é, e quando te vejo sentado pensando e
trabalhando você consegue despertar em mim o melhor de todos os
sentimentos, aquele que Deus nos ensinou: amai ao próximo como a ti
mesmo. E você, com toda a sua particularidade, defeitos e qualidades,
consegue fazer isso com maestria. Você faz o bem sem olhar a quem. E
isso é lindo! É lindo ver o seu orgulho em ter conseguido concluir um
hospital, em pegar o carro domingo de manhã sozinho e ir 'desbravar' São
Luis como na época da gerência metropolitana. Chegava em casa com mil
ideias, dizendo que ia proporcionar qualidade de vida ao povo, assim
como você e mamãe estão fazendo hoje em Coroatá. Com aquela linda
academia de saúde, com aulas de dança, hidroginástica e pista para
corrida. Qual munícípio do MA pode se orgulhar desses e de outros belos
feitos em sua cidade? Bem como foi lindo ver a sua preocupação em tirar
os jovens da rua para reduzir o indíce de usuários de drogas na cidade.
Passou dias pesquisando e descobriu que o judô seria uma boa ferramenta
para isso. Não se conformava em saber que depois da escola a maioria das
crianças ficava em casa, sem acompanhamento dos pais que tem que sair
para trabalhar. E você falava: lugar de criança se não for com a mãe e
pai ao lado, tem que ser fazendo alguma atividade. Preenchendo o tempo.
Não demorou nada até que conseguisse planejar o projeto, começar a
entender do esporte e se alegrar só de pensar que dali poderia sair um
futuro campeão que você nem ao menos conhece. O que te faz diferente é
porque você consegue manter viva, dia após dia, a preocupação com o
próximo. Porque o que te interessa é o poder da realização e não o poder
em si, como muitos lutam para conseguir. O problema é que quando a
palavra 'poder' vem sozinha ela se torna vazia, pobre de espírito e de
ideias, e cheia de amargura, ódio e inércia. Talvez seja essa a 'doença'
do Brasil: a busca desmedida pelo poder e pelos benefícios que ele pode
trazer. Um país cheio de vícios e onde a própria justiça se faz suja e
comprada. Bom, mas essa é só uma carta de uma filha a um pai, e não um
artigo de defesa ou acusação sobre esse país e sobre sistema político
imundo que corrompe qualquer homem de bem que pensa em entrar para a
política pensando no próximo. E eu tenho um orgulho imenso de dizer que
sou testemunha viva que você não vive para outra coisa a não ser para
trabalhar. Eu tenho um orgulho imenso também em dizer que você não é
vendido, e nem comprado por ninguém. E nem que opta por se calar só para
não correr riscos e ser odiado ou prejudicado por alguém. Você é o que é
em qualquer situação. E vou te falar uma coisa de todo o coração:
obrigada por ser exatamente assim. Obrigada por ter me feito entender
desde criança que não podemos nos vender, que o ser humano não é
mercadoria barata. Obrigada, meu pai, por me fazer entender também que
uma opinião não pode ser mudada por conveniência ou chantagem. Obrigada
pelas aulas diárias de cidadania e de civilidade. E são por todas essas
coisas citadas e pelo que presencio todos os dias, que dói ver as
pessoas te julgando tão mal. Ah meu pai, se elas soubessem das suas
intenções você não seria crucificado dessa forma. Sou uma filha que se
orgulha do homem diferenciado, íntegro, de coração solidário,
visionário. Que se orgulha da forma que foi criada e do exemplo que teve
dentro de casa. Deixemos falar o que quiserem... As suas atitudes falam
por si. Quem tem olhos para o bem consegue ver hospitais construídos,
já quem tem olhos para o mal não consegue ver nada além dos seus
próprios interesses. E sabe quando conseguiremos mudar o olhar dessas
pessoas? Talvez nunca! Pois as pessoas estão se tornando cada vez mais
sujas, indignas e compradas. E mais uma vez o meu muito obrigada, por me
mostrar a vida inteira que um homem sem caráter nada mais é do que um
homem sem dignidade.
Com amor,
Juliana.
Juliana.
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