Por Nelsynho Rodrigues - Antes de ir dormir fiquei ouvindo algumas músicas e
me deparei com essa do Grupo Titãs, grupo esse que fez muito sucesso na década
de 70, 80...
E
fiquei "ouvindo e pensando"; "pensando e ouvindo" um pouso e analisando como está a minha cidade querida Coroatá
e resolvi publicar essa música que passa uma mensagem de apelo de um povo, os anseios, os desejos, etc. E, talvez
essa seja a músicas mais conhecidas dos
Titãs: "Comida".
A letra é simples, ao estilo próprio do Titãs, mas a mensagem que se
passa é muito importante. A música “Comida” expressa o maior
desejo da sociedade nos dias de hoje. Enfim, vamos ao que interessa.
Composição:
Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto.
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
Há
quem diga que o ser humano não necessita de nada além do pão e do vinho para
sobreviver. Realmente, talvez não haja mais nenhuma necessidade física e básica
além dessas para um homem. Mas e quanto às necessidades psicológicas? E quanto
ao alimento da alma?
Bebida e
comida não são o bastante. Bebida e comida são o que necessitam uma vaca: água
e pasto, nada mais. O homem necessita mais do que isso. O homem anseia mais,
tem sede e fome de muitas outras coisas.
A gente não quer só comida,
a gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
a gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
a gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
a gente quer a vida como a vida quer.
É,
então, que o eu lírico nos segue dizendo o que ele realmente quer. Como já nos
esclareceu, comida não é o suficiente (embora não seja dispensável). O ser
humano, em sua visão, necessita também de arte, de cultura, de diversão. E,
mais do que sair para onde quer, anseia liberdade; poder decidir sobre a
própria vida.
A gente não quer só comer,
a gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
a gente quer prazer pra aliviar a dor.
O
interessante dessa estrofe nem é o seu significado em si, mas o modo que o
autor utiliza para compô-la. Observe que "comida" é substituída por
"comer" que, por sua vez, não mais apresenta sentido literal. Faz-se
uma clara apologia à Revolução Sexual, principalmente na transferência dos anos
70 para os anos 80.
Aqui, o
eu lírico nos diz querer mais do que comer, nos diz querer fazer amor. Mas é
bom notar que ele não dispensa o "comer", ele apenas agrega o
"fazer amor". Não é apenas sexo por sexo (não na maioria das vezes).
Interessante
também é notar o perfil que se forma do jovem dos anos 80/90, repleto de dores
psicológicas, lutando contra isso de todas as formas.
A gente não quer só dinheiro,
a gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
a gente quer inteiro e não pela metade.
Nesta
estrofe resume-se a música. Não é só bebida, comida, sexo, dinheiro. Isso tudo
é muito pouco. Quer-se isso, mas também os complementos necessários ao ser
humano. Quer-se inteiro, e não pela metade! De que serve o dinheiro sem a
felicidade? De que vale o sexo sem o amor? De que vale o alimento físico, se
não se tem a alma alimentada?
Diversão e arte
para qualquer parte
diversão, balé
como a vida quer...
Desejo, necessidade, vontade
necessidade, desejo
necessidade, vontade
necessidade!
Segue um
complemento da estrofe anterior. Repete-se tudo aquilo que anseia o eu lírico.
São desejos, vontades, são necessidades.
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