Por Luciano Huck
“Estou de férias.
Aqueles dias que você tira para descansar, ler, ir a praia, viajar, ficar
sem fazer nada, acordar tarde, refletir, namorar, curtir os filhos.
Curtir os filhos? Sim, coisa que a mãe da Ana Clara não vai mais poder
fazer.
Por que? Porque um bando de monstros atraídos pelos trocados de um
coletivo, atearam fogo na menina da 6 anos.
Vi as imagens. Me coloquei no lugar daquela mãe. Me senti morto.
Não estou discutindo o que fazer ou onde estão este lixos humanos que
promoveram esta barbaridade.
Não importa se isso aconteceu no Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo ou
Tocantins.
Importa é que neste ritmo estamos produzindo monstros como estes em
escala industrial. Com certeza temos material humano “danificado” para algumas
gerações.
Temos que fazer algo. Temos que nos mobilizar. Temos que exigir projetos
para o futuro do Brasil.
Não podemos simplesmente ficar revoltados, chateados, enojados quando um
grupo de garotos coloca fogo em um ônibus lotado.
Não quero discutir a pena de morte. Não quero discutir a justiça a
qualquer preço. Não quero discutir vingança.
Quero, sim, que no futuro, quando um grupo de vândalos atear fogo em um
ônibus lotado, não seja apenas “mais uma” triste notícia do jornalismo
policial.
Quero que seja um fato tão revoltante, tão absurdo, que o país pare para
refletir onde estamos errando.
Temos que construir uma geração do bem. Com valores do bem.
Com pensamento coletivo. Com amor ao próximo.
E acho que deveriamos começar pela escola. Leva-la de fato a sério. Como
será que era a escola destes animais que mataram a pequena Ana Clara? Que Deus a
tenha.“
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