A reação à reintegração de posse do prédio do Hotel Aquarius, na Avenida São João, parou o Centro de São Paulo
nesta terça-feira (16). Sem-teto e Polícia Militar (PM) entraram em
confronto. O tumulto se espalhou por ruas da região e foram vários os
atos de vandalismo.
Um ônibus foi incendiado perto do Theatro Municipal. Estações do Metrô e
o comércio fecharam as portas. Houve tentativas de saques. Trinta
linhas de ônibus deixaram de circular na região. Ao menos seis pessoas
ficaram feridas, segundo a Polícia Militar (PM).
A PM chegou a informar no fim da manhã que cerca de 70 pessoas foram
levadas, detidas, à delegacia para averiguação. Entretanto, oito foram
presas, conforme informou, por volta das 13h30 ao G1, o tenente-coronel Mauro Lopes, porta-voz da PM.
A reintegração de posse começou nas primeiras horas da manhã desta
terça-feira (16). Ela foi a terceira tentativa - agora concluída - de
retirar os sem-teto do imóvel na Avenida São João.
O confronto começou por volta das 8h, em frente ao prédio ocupado. Os
sem-teto reagiram à chegada da PM arremessando móveis e outros objetos
do alto do prédio. Bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral foram
usados pela Tropa de Choque para afastar os sem-teto que bloqueavam a
Avenida São João.
O coronel da PM Glauco Silva de Carvalho, que comandava a operação,
afirmou que o confronto foi iniciado pelos sem-teto, que lançaram
objetos das janelas. Para tentar abrir a entrada do hotel, que estava
bloqueada com móveis, os policiais usaram um veículo blindado.
Confronto para o Centro
Após a reação da PM, o confronto se espalhou por outras ruas da região central. Na Rua Barão de Itapetininga, nas proximidades da Praça da República, a PM disparou bombas de gás lacrimogênio para dispersar pessoas que tentavam saquear uma loja. O alarme disparou, atraindo a atenção dos agentes que estavam na região.
Após a reação da PM, o confronto se espalhou por outras ruas da região central. Na Rua Barão de Itapetininga, nas proximidades da Praça da República, a PM disparou bombas de gás lacrimogênio para dispersar pessoas que tentavam saquear uma loja. O alarme disparou, atraindo a atenção dos agentes que estavam na região.
Um ônibus foi incendiado na Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Theatro
Municipal, por volta das 10h. As chamas foram controladas pelo Corpo de
Bombeiros e ninguém se feriu.
O balanço parcial da PM, divulgado às 13h30, aponta que cinco pessoas
foram presas suspeitas de arrombamento de uma loja, outras duas por
lesão corporal e uma mulher por atear fogo ao ônibus.
Além dos oito suspeitos presos, cerca de 80 foram levadas para o 3º Distrito Policial de São Paulo para averiguação.
Na operação, quatro policiais militares ficaram feridos, segundo a PM.
Um deles fraturou o pé, outro teve queimaduras de segundo grau e dois
agentes ferimentos nas pernas por fogos de artifício. Eles foram
socorridos ao pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia.
O hospital também confirmou o atendimento de um homem, que já teve alta, e uma mulher com fratura na perna. Ela passou por exames e seguia internada até as 12h30.
O hospital também confirmou o atendimento de um homem, que já teve alta, e uma mulher com fratura na perna. Ela passou por exames e seguia internada até as 12h30.
Liberados após depoimento
O delegado Jacques Ejzenbaum, titular do 3° Distrito Policial, disse por volta das 15h que tinha ouvido 80 pessoas que foram levadas ao DP por policiais militares. Elas foram ouvidas e liberadas. Ainda segundo o delegado, dois homens serão citados em um termo circunstanciado (tipo de registro policial usado em casos de menor potencial ofensivo) por lesão corporal contra dois policiais. Eles também não ficarão presos.
O delegado Jacques Ejzenbaum, titular do 3° Distrito Policial, disse por volta das 15h que tinha ouvido 80 pessoas que foram levadas ao DP por policiais militares. Elas foram ouvidas e liberadas. Ainda segundo o delegado, dois homens serão citados em um termo circunstanciado (tipo de registro policial usado em casos de menor potencial ofensivo) por lesão corporal contra dois policiais. Eles também não ficarão presos.
O delegado Jacques Ejzenbaum afirmou que, no 1º Distrito Policial, será
registrado o caso de uma jovem presa por suspeita de colocar fogo no
ônibus perto do Theatro Municipal e, no 77º Distrito Policial, está o
caso de dois detidos por furto durante um arrastão a uma loja no Centro.
Ejzenbaum disse que foi informado por policiais que foram apreendidos 12 coquetéis molotov dentro do prédio da ocupação.
Tentativas de reintegração
Esta foi a terceira vez em que a retirada dos ocupantes foi marcada. Nas outras duas datas - em julho e em agosto-, os oficiais de Justiça avaliaram que a quantidade de caminhões disponíveis não era suficiente.
Esta foi a terceira vez em que a retirada dos ocupantes foi marcada. Nas outras duas datas - em julho e em agosto-, os oficiais de Justiça avaliaram que a quantidade de caminhões disponíveis não era suficiente.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que a juíza
Maria Fernanda Belli, da 25ª Vara Cível do Foro Central, determinou a
reintegração de posse do edifício nesta terça-feira após pedido de seu
proprietário, a Aquarius Hotel Limitada. Foram feitas reuniões entre a
PM, advogados da empresa proprietária e moradores, para acertar como
seria a saída, diz a pasta.
O tenente-coronel da PM Mauro Lopes disse ao G1 que,
entre 2h e 6h desta terça-feira, os policiais militares negociaram uma
saída pacífica do prédio, mas foram surpreendidos pela resistência dos
ocupantes no início da manhã. Lopes afirmou ainda que estavam reservados
40 caminhões para o transporte dos móveis e objetos dos ocupantes por
causa da reintegração.
Para o movimento Frente de Luta por Moradia (FLM), a decisão do
judiciário vai devolver o prédio "à especulação imobiliária, sem levar
em conta o problema social.
"Aproximadamente 800 pessoas, crianças e idosos serão jogados na rua,
sem uma solução definitiva", disse o FLM em comunicado. Ainda segundo o
movimento, cerca de 200 famílias ocupam o imóvel há seis meses.
A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) afirma que realizou um
estudo de viabilidade para transformar o hotel em moradia popular, mas
foi verificado que o projeto não seria viável pelo custo.
Segundo a administração, o valor gasto para revitalizar o prédio com
cerca de 100 apartamentos, seria possível construir entre dois e três
conjuntos habitacionais. A Prefeitura disponibilizou vagas no Centro de
Referência da Assistência Social (CRAS) Sé, na Avenida Tiradentes, para
as famílias que se interessarem por acolhimento.
Trânsito parado
A confusão no Centro causou interdição no trânsito em várias vias do entorno. Às 13h, a Avenida São João seguia interditada. O bloqueio acontecia entre o Largo do Paissandu e a Avenida Ipiranga. No mesmo horário, a Rua Xavier de Toledo, junto à Avenida São Luís, a Avenida Rio Branco, próximo à Rua Aurora, e o Viaduto do Chá também apresentavam interrupções no tráfego de veículos.
A confusão no Centro causou interdição no trânsito em várias vias do entorno. Às 13h, a Avenida São João seguia interditada. O bloqueio acontecia entre o Largo do Paissandu e a Avenida Ipiranga. No mesmo horário, a Rua Xavier de Toledo, junto à Avenida São Luís, a Avenida Rio Branco, próximo à Rua Aurora, e o Viaduto do Chá também apresentavam interrupções no tráfego de veículos.
Mais cedo, a Avenida São João precisou ser totalmente interditada na
altura do cruzamento com a Avenida Ipiranga. Por causa da reintegração, a
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegou a emitir um comunicado
recomendando aos motoristas a evitarem trafegar pela região durante a
manhã.
Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), 30 linhas de ônibus tiveram
seus trajetos afetados pelo conflito após o incêndio a um coletivo. Os
bloqueios no Centro resultaram em congestionamentos em outras
importantes vias da cidade nesta manhã. De acordo com a CET, a capital
paulista chegou a registrar 96 km de ruas e avenidas congestionadas às
10h30. A região central concentrava 28 km desta lentidão.
Fonte: G1
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